Tuesday, January 17, 2012

Carrinho de cachorro



Sempre tenho que me aproximar para saber se vou encontrar um bebê ou um mini-cachorro...













Agora, para os cachorros, qual será a graça de sair para passear assim? Ai se os cachorros falassem...


Eu acabei de achar esta foto, quase dois meses depois de ter feito este post. Este acho que é o carrinho de luxo. Ou talvez a versão dondoca-vai-às-compras.

Eu tirei a foto numa área tipo a Rua Oscar Freire em São Paulo. Então dá pra entender porque ele é mais cara de madame. hihihi

Quando eu crescer, vou querer um destes. 

Thursday, January 5, 2012

Floresta do Mar - "não para a gente, mas para os nossos filhos"

Esse é um projeto lindo aqui em Tóquio, chamado "Umi no Mori" (海の森) - "não para a gente, mas para nossos filhos".

A gente mora em uma ilha aterro (Tsukishima) que foi construída em 1892 com a terra retirada da Baía de Tóquio para construir um canal. Nossa casa fica neste circulinho vermelho na parte de cima da foto abaixo:

Há outras ilhas ao lado da nossa, e esta área pintada de verde foi transformada na Floresta do Mar. É um mega projeto encabeçado pelo Tadao Ando, o maior, mais premiado e mais famoso arquiteto japonês (curiosidade: ele é auto didata, nunca estudou arquitetura).

É uma área de 88 hectares. O projeto inicial era arrecadar US$10 através de 500 mil doadores (total de US$5 milhões). Hoje, as doações já somam mais de US$10 milhões. Começou em 2007 e estima-se que em 2016 esteja terminado, e que a floresta esteja completa, "crescida" em 30 anos.

A base da ilha são 12.3 milhões de toneladas de lixo que foram acumulados de 1973 a 1987. Este link mostra os detalhes de como foram feitas as camadas de terra da ilha.

Além de transformar a imensa pilha de lixo em uma floresta, a idéia é criar uma passagem, uma corrente de ar fresco direto para a cidade.

É um símbolo de uma cidade focada na reciclagem e preocupada com a harmonia com o ambiente. Sustentabilidade!!

O Álvaro e eu fomos plantar umas árvores lá, em novembro.

Confesso que não sabia qual era o plano quando saí de casa, e esta foto do meio capta bem o momento "Embaixatriz retirando pedrinhas do sapatinho de cristal". hihihi

À direita, os amigos que nos convidaram.

  



Mais detalhes sobre o projeto: Umi no Mori. Você já plantou uma árvore este ano? (eu ainda não, estas foram em 2011...)


Tuesday, January 3, 2012

Shibuya - caos organizado

O bairro de Shibuya é famoso (entre outras razões) por um cruzamento que tem várias faixas de pedestres em diferentes direções.


Estas são algumas das faixas do mesmo cruzamento. Têm outras duas ou três faixas mais para a esquerda, que não aparecem nesta foto. Quando abre o sinal de pedestres você pode ir para qualquer lado. Uma loucura!!!

Passo por este cruzamento quase todos os dias porque minha escola de japonês fica aí ao lado. Sempre me surpreendo com os japoneses e, inevitavelmente, lembro de como era um cruzamento na China.

Aqui, desde antes do farol abrir, todo mundo fica esperando na calçada, sem que haja qualquer contato físico com as pessoas ao seu redor. É tanta gente que nas horas pico, para deixar um espaço entre cada um, algumas pessoas ficam há uns 25m da rua. Mas não importa porque todo mundo sabe que vai atravessar. E quando o sinal fica verde, pasmem, há pouquíssimas trombadas. Destas, imagino que muitas devem envolver estrangeiros. 

Na China, para qualquer cruzamento normal, as pessoas se empilhavam na borda da calçada. Se pudessem já ficar na rua, melhor, para "apressar" o farol a mudar de cor. E com isso, sempre tinha alguém colado em você, dos lados e atrás (dava até para sentir a respiração de umas pessoas no seu pescoço... hihihi). E se você já estivesse na China há muito tempo, estaria encoxando a pessoa da frente. Nada como o calor humano!!

Hoje passamos por Shibuya e era um dia normal, ou seja: LOTADO! Resolvi fazer esta sessão de fotos. Eu estava na quina inferior direita desta foto acima, de frente para a maior faixa de pedestres (diagonal).



Adoro esse cruzamento!!! Venham se aventurar e viver este caos organizado!!

Sunday, January 1, 2012

Nem princesa, nem dragão...

Fomos à festa de celebração de ano novo oferecida pela Sua Majestade Imperador Akihito, no Palácio Imperial.

Posso afirmar com total certeza que ainda não tive um dia de princesa (de verdade) na minha vida. O que eu achei que era, não é. E também não foi hoje... e cá entre nós, nunca será. Ainda bem! HAHAHA

Saímos de casa vestidos como manda o protocolo. Vestido longo para mim e roupa de pinguim para o Álvaro.

Começava às 14:30 e tínhamos que chegar entre 13:50 e 14:15. Como sempre, a organização japonesa faz com que você se esqueça da dimensão do evento e da dificuldade que deve ser planejar tudo isso. Todos os Embaixadores em Tóquio estão convidados. Se o Embaixador não está, deve mandar o Encarregado de Negócios. Isso significa que são mais de 180 carros entrando no mesmo lugar neste período de tempo.

Entramos e ficamos em um salão gigante num bate papo até que o pessoal do protocolo começa a organizar a entrada para cumprimentar o Imperador e sua família. A ordem é com base na precedência, ou seja, do Embaixador que está aqui há mais tempo entra primeiro, e por fim quem assumiu o cargo recentemente. A gente fica mais perto do fim da fila, já que tem gente que já está aqui há mais de 10 anos...

Enfim, estamos nesta sala conversando com outros Embaixadores quando de repente eu sinto uma super tontura. Ainda bem que eu me casei com um sismólogo. Do meu lado ele começa: "terremoto! terremoto! terremoto!". Logo entendi que não era tontura. Os quatro ou cinco lustres deste salão eram gigantes, deviam ter uns 4m x 3m e devem pesar mais do que um elefante cada um. Seis correntes de metal bem grossas prendiam cada um deles ao teto. Ver estes bichos balançando, é bastante assustador... Pensar o que poderia acontecer se eles caíssem, é pior ainda. O Palácio fez mais barulho do que eu imaginei que faria. O salão ficou em silêncio até que tudo voltasse ao normal. Só quando saímos ficamos sabendo que foi um terremoto de quase 7.0 graus! Forrrrte! E fazia tempo que eu não sentia, talvez porque moramos no segundo andar.

Voltando ao evento, chamaram país por país e cada casal ia saindo em direção a sala onde estava a Família Imperial. Este é o mapa deste protocolo:

Inclui uma meia reverência na entrada. Quando chamam seu país, você anda até o tapete central e faz uma reverência completa. Vira e pára na saída, para mais uma meia reverência e pronto. Acabou. Não são nem 10 segundos de "fama".

É engraçado que para muitos embaixadores, estes é um dos poucos dias no ano que se encontram com a Família Imperial (e para muita gente, isso significa muito). Para a gente, foi um ano bem fora do comum. Por termos chegado este ano e pela visita da presidente da Costa Rica, acho que vimos eles umas seis vezes. Já sinto como se fossemos velhos amigos! HAHAHA

Bom, mas foram nestes poucos segundos que eu tive uma epifania (meeeenos Tauli!!!). Percebi que nunca fui nem nunca serei uma princesa. Por quê? Simplesmente porque todas as princesas estavam do outro lado da sala, ao lado da Imperatriz. TODAS, incluindo a Imperatriz, estavam vestidas iguais, exatamente como são as princesas da Disney ou dos filmes de Hollywood. TODAS com um vestido branco destes meio bombom, e TODAS com uma tiara digna de uma princesa de verdade. E TODAS tiveram que estar aí em pé vendo os mais de 180 casais fazerem três reverências cada um. Divertido né?... NOT! Me fala, quem quer ser princesa?!? Eu morro de saudades das minhas chuteiras, essa é a verdade!

Saindo de lá, vamos para uma sala onde há grandes mesas postas, mas sem cadeiras. Cada um fica em frente a um obentô (a marmita japonesa), servem um saquê e brindamos o ano novo! Em seguida, os mordomos entram, e preparam nosso obentô para levar pra casa. Claro, com aquela delicadeza e o capricho japonês com as embalagens.








Quando vamos saindo, os carros já estão em ordem, na mesma ordem de precedência, e mais uma vez, não parece que são tantos carros e que tem tanta gente saindo em tão pouco tempo. Perfeição ao extremo!

Assim como o terremoto afeta tanto as princesas quanto os dragões, espero que este ano traga muita coisa boa para todos nós, reis ou vassalos. Feliz ano novo!!

Agora vamos jantar este obentô. Itadakimasu.

Ano novo! 2012!!!

Resolvemos experimentar um ano novo como a maioria dos japoneses fazem: indo a um templo!
Clique nas fotos para ver melhor.










































Este menino fofo estava na nossa frente. Enquanto os monges fizeram uma linda meditação, muita gente acompanhava lendo em um livrinho. Ele estava lendo com o avô. Quando terminou, ele continuou. Não dá para ouvir muito bem, mas no silêncio do lugar, ele não passou despercebido... Depois quando tirei a foto, vi que tem a entonação correta para cada sílaba! Muito lindo!!!



Por acaso, um templo super perto de casa oferece a oportunidade de você tocar o sino depois da meia noite. Para isso, pegamos uma senha e esperamos pacientemente a nossa vez.



Um ótimo 2012 para todos vocês!