O que me motivou a escrever este post foi o fato de estar fora do Brasil, convivendo com muitas grávidas de diferentes lugares e vendo que, cada pessoa, cada lugar, cada cultura, tem uma série de crenças e hábitos que muitas vezes são tomados como regra ou uma verdade absoluta a ser seguida.
Estar longe de "casa" me possibilitou questionar um monte destas coisas e, melhor de tudo, escolher qual a "verdade" que mais me interessava em cada momento destes nove meses.
Para quem não me conhece, vale esclarecer que eu não sou médica e que tudo o que estou falando não tem nenhuma base científica, e sim empírica.
Sushi e sashimi
Li muitos livros americanos, e acho que as informações no Brasil se aproximam mais à estas do que às asiáticas. Minha sorte é estar no Japão. TODOS os médicos com quem eu conversei (três que eu me lembre), não somente disseram que sushi e sashimi estavam liberados, mas reconfirmaram os benefícios e a importância de comer muito peixe (cru ou cozido) pelas proteínas, omega3, etc. Paraíso!!!! Tenho uma amiga no Brasil cuja médica me pareceu mais sensata: disse que obviamente não tinha problema comer sushi e sashimi, desde que nos restaurantes que já frequentava, evitando comer em lugares que não conhecesse e não soubesse da qualidade da comida. Afinal, um lugar onde normalmente comemos e nunca tivemos problemas, provavelmente não traria problemas. Infelizmente, acho que médicas como esta, são mais exceções às regras…
Banho de banheira, ofurô, onsen (águas termais)
De novo, os livros que passaram por mim sempre enfatizaram os perigos de um banho de banheira (por subir a temperatura do corpo, etc). No Japão, para quem não sabe, é parte da cultura tomar um banho de ofurô (banheira) todos os dias. O Japão também é conhecido pelos onsens (banheiras/piscinas com águas termais). Por isso, esta foi uma das primeiras perguntas para os meus médicos. Obviamente, as japonesas não deixam de usar os ofurôs ou onsens quando engravidam. Na minha aula de natação para gestantes, antes E depois da aula, todas ficavam conversando dentro de uma jacuzzi quente, uma delícia!!! Super relaxante. E depois do banho, outro ofurô! Segundo um dos meus médicos (japonês, que estudou no exterior e atende 90% das expatriadas em Tóquio) estar dentro da água quente não tem problema nenhum, já que não subirá a temperatura de todo o seu corpo a ponto de causar riscos ao bebê. Ele disse que muito antes de qualquer possível risco pra você, o seu corpo te avisa e pede pra sair (como acontece normalmente quando você entra num ofurô/onsen), e explicou a diferença entre isso e ter febre, por exemplo, quando a temperatura do seu corpo TODO sobe. Como boa amante de um ofurô, e mais ainda de um onsen, não preciso nem falar que em todas as oportunidades que tive eu estava dentro da água, aproveitando para relaxar. E o baby sempre adorou!
Bebidas alcoólicas
No Japão atual, as bebidas alcoólicas para grávidas também são socialmente evitadas. A geração dos meus pais (hoje com mais de 50/60 anos) viveu uma realidade diferente, com álcool presente na gravidez. Isso fez com que nos jantares onde amigas japonesas mais velhas estavam presentes, eu sempre fui meio bullied a tomar algo.
Aqui também há muitos australianos. Para quem não sabe, eles bebem muito e adoram cerveja e vinho mais do que muitas culturas que eu já conheci por aí. Uma australiana aqui até me contou que quando engravidou brigou muito com o marido porque queria tomar uma taça de vinho por semana e ele era contra. Ela pediu que ele fizesse uma pesquisa e ele logo relaxou, quando descobriu que permitiam (pelo menos na Austrália) uma dose de álcool POR DIA.
Sempre que tive vontade de tomar algo (geralmente saquê), tomei. Infelizmente, quase todas as bebidas alcoólicas me causaram muita queimação e azia. A única que não foi assim foi a boa e velha caipirinha. :-) Um copinho desta sim, eu aproveitei, numa feijoada com brasileiros. Eita delícia!!
Queijos moles/suaves
Os livros americanos também proíbem comer queijos moles, como brie, camembert, etc. Aqui não tem nada disso. Todos estão liberados. Acho que eu comi mais queijo (de todo e qualquer tipo) este ano do que em toda a minha vida.
Ovo cru
Para a minha sorte, este é outro produto liberado no Japão. Não preciso contar que minha gravidez foi movida a base de gemada. Devo ter comido pelo menos uma por quinzena. E muitos pratos da culinária japonesa usam ovo cru normalmente. De novo, relaxei e aproveitei.
Lista de compras para o bebê
Estou quase certa de que os brasileiros têm a maior lista de compras de cacarecos para o bebê de todo o mundo. hahaha Exageros à parte, recebi de muitas amigas listas de coisas que uma mãe "deveria comprar" para se preparar para a chegada do seu bebê. Fiquei assustada com as listas brasileiras: eram infinitas! E no Japão, além do fato de que muitas coisas nem existem, também não há espaço nas casas para tanta quinquilharia. Resolvi pedir outras versões. Americanas, australianas, japonesas… As japonesas ganham o record das listas mais enxutas. Tudo isso me fez reconsiderar muuuuuitos dos itens que estavam nas listas brasileiras. Vamos ver como será, mas algo me diz que não farão falta…
E para os que querem repensar ainda mais como fazemos o que fazemos, e ver que no final das contas, todos os bebês crescem felizes e saudáveis em diferentes partes do mundo, com diferentes costumes e tradições, dêem uma olhada neste documentário "Babies", que apresenta quatro bebês em quatro países diferentes: EUA, Japão, Mongólia e Namíbia. É um lindo exercício tentar se desapegar de algumas raízes tão profundas à algumas coisas tão banais.
Thursday, November 28, 2013
Sobre os mitos da gravidez...
Labels:
álcool,
Austrália,
banho de banheira,
bebê,
bebidas alcoólicas,
Brasil,
costume,
documentário,
gravidez,
Japão,
lista de compras,
mitos,
ovo cru,
queijos moles,
queijos suaves,
sashimi,
sushi
Friday, November 15, 2013
Álvaro na TV japonesa
Dia 30 de setembro o Álvaro apareceu num programa na NHK (canal de TV japonês): Sarameshi.
Era uma matéria sobre o almoço dele. A maioria das pessoas imagina que, como Embaixador, ele tem um chef que cozinhe todas as refeições dele. A Embaixada até recebeu ligações depois de pessoas perguntando se a matéria era verdadeira ou se era armação da NHK…
Segue o programa:
Ninguém (ainda) questionou os talentos da esposa que, diferentemente de muitas mulheres japonesas, não prepara e manda uma marmita linda pra ele todos os dias...
E desde este dia, em diversos lugares e diversas cidades do Japão, ele é reconhecido por pessoas na rua. Até num dos nossos restaurantes preferidos em Tóquio, um dos chefs reconheceu ele do programa. Só não pediu para o Álvaro dar umas dicas de culinária, não sei porquê…
Era uma matéria sobre o almoço dele. A maioria das pessoas imagina que, como Embaixador, ele tem um chef que cozinhe todas as refeições dele. A Embaixada até recebeu ligações depois de pessoas perguntando se a matéria era verdadeira ou se era armação da NHK…
Segue o programa:
Ninguém (ainda) questionou os talentos da esposa que, diferentemente de muitas mulheres japonesas, não prepara e manda uma marmita linda pra ele todos os dias...
E desde este dia, em diversos lugares e diversas cidades do Japão, ele é reconhecido por pessoas na rua. Até num dos nossos restaurantes preferidos em Tóquio, um dos chefs reconheceu ele do programa. Só não pediu para o Álvaro dar umas dicas de culinária, não sei porquê…
Labels:
ambassador,
comida,
Costa Rica,
Embaixador da Costa Rica,
food,
Japan,
Japão,
NHK,
Sarameshi,
Tokyo,
Tóquio
Thursday, October 17, 2013
Serviços de entrega no Japão: onde o seu tempo vale mais!
Faz dias que eu quero escrever sobre isso e esqueço. Acabo de receber outra encomenda, às 20:00, e resolvi que já não posso mais postergar.
A questão das entregas no Japão merece muito mais do que um post, e meu respeito, claro. Merece reconhecimento internacional!!! Estou para conhecer outro país que funcione assim...
Primeiro, vamos às vendas online. Estou ficando super mal acostumada. A Amazon Japão é meu novo vício. NUNCA esperei mais de 24 horas para receber algo que comprei online, com frete grátis!!! E claro, se você comprar pela manhã, chega no mesmo dia. Quando a Frévia estava aqui, compramos um sapato para ela às 11:00, repetindo: com frete grátis, e ele estava em casa antes das 15:00 do mesmo dia. Só mesmo vendo para crer... E não preciso dizer que não é só a Amazon, né?
Outra coisa que me surpreende é que sempre que recebo uma mercadoria e não estou em casa, me deparo com um bilhete dos correios ou da empresa de logística avisando que tentaram me entregar o pacote. Se for antes das 20:00, eu posso ligar para o entregador direto (o número está no papel) e arriscar meu japonês para acordarmos o horário para entrega ainda no mesmo dia.
Caso eu não queira fazer mímica por telefone, posso ligar para uma central (onde me atendem em inglês, seja dos correios ou de empresas privadas) e escolher o horário de entrega (podendo ser ainda para o mesmo dia). E aí entram os melhores detalhes: todos trabalham no final de semana e eu posso escolher o horário!!! As opções geralmente são mais ou menos estas:
1. Manhã (9:00 - 12:00)
2. Qualquer hora
3. 12:00 - 14:00
4. 14:00 - 17:00
5. 17:00 - 19:00
6. 19:00 - 21:00
Moral da história: nada de ficar o dia todo esperando algo em casa, refém das prestadoras de serviços. Esta consideração com o seu tempo também funciona quando vão arrumar qualquer coisa quebrada na em casa, instalar algo, etc. Fico lembrando quantas vezes no Brasil esperei algo/alguém para o dia X. Não vieram, e só quando eu liguei para reclamar me disseram que não deu e que "tentariam" no dia seguinte. Aqui, o tempo do consumidor é realmente mais valorizado.
Os serviços de entrega são tão bons que a maioria dos japoneses que viaja, usa estas empresas para que entreguem as malas em casa (ou no aeroporto). Ou seja, quando você está indo viajar agenda para que retirem suas malas em casa e mandem para o aeroporto. Ou quando chega de viagem, manda sua mala direto para casa. E aí, não precisa carregar nada no trem ou no ônibus. Claro, tudo com a garantia de que elas chegam no horário pré-determinado. Muita gente vai jogar golf ou até viajar dentro do Japão mesmo, e faz a mesma coisa com os tacos ou com a malinha, para não ter que se preocupar com nada no trajeto de ida e vinda.
Há uns finais de semana fomos viajar e esquecemos coisas no hotel. Eles nos mandaram, e eu paguei o frete aqui quando o pacote chegou, no dia seguinte.
Com um serviço assim, obviamente todas as empresas usufruem do sistema, e quem mais sai ganhando é o consumidor (no meu ponto de vista). Você pode basicamente ir a qualquer loja, supermercado, em qualquer lugar do Japão, comprar coisas (desde cacarecos até frutos do mar, congelados...) e mandar entregar em casa usando este sistema.
Tiro meu chapéu e continuo me surpreendendo todas às vezes que recebo algo. Só não faço todas as minhas compras online porque meu japonês ainda não permite, mas este é o maior dos incentivos para estudar mais. J
A questão das entregas no Japão merece muito mais do que um post, e meu respeito, claro. Merece reconhecimento internacional!!! Estou para conhecer outro país que funcione assim...
Primeiro, vamos às vendas online. Estou ficando super mal acostumada. A Amazon Japão é meu novo vício. NUNCA esperei mais de 24 horas para receber algo que comprei online, com frete grátis!!! E claro, se você comprar pela manhã, chega no mesmo dia. Quando a Frévia estava aqui, compramos um sapato para ela às 11:00, repetindo: com frete grátis, e ele estava em casa antes das 15:00 do mesmo dia. Só mesmo vendo para crer... E não preciso dizer que não é só a Amazon, né?
Outra coisa que me surpreende é que sempre que recebo uma mercadoria e não estou em casa, me deparo com um bilhete dos correios ou da empresa de logística avisando que tentaram me entregar o pacote. Se for antes das 20:00, eu posso ligar para o entregador direto (o número está no papel) e arriscar meu japonês para acordarmos o horário para entrega ainda no mesmo dia.
Caso eu não queira fazer mímica por telefone, posso ligar para uma central (onde me atendem em inglês, seja dos correios ou de empresas privadas) e escolher o horário de entrega (podendo ser ainda para o mesmo dia). E aí entram os melhores detalhes: todos trabalham no final de semana e eu posso escolher o horário!!! As opções geralmente são mais ou menos estas:
1. Manhã (9:00 - 12:00)
2. Qualquer hora
3. 12:00 - 14:00
4. 14:00 - 17:00
5. 17:00 - 19:00
6. 19:00 - 21:00
Moral da história: nada de ficar o dia todo esperando algo em casa, refém das prestadoras de serviços. Esta consideração com o seu tempo também funciona quando vão arrumar qualquer coisa quebrada na em casa, instalar algo, etc. Fico lembrando quantas vezes no Brasil esperei algo/alguém para o dia X. Não vieram, e só quando eu liguei para reclamar me disseram que não deu e que "tentariam" no dia seguinte. Aqui, o tempo do consumidor é realmente mais valorizado.
Os serviços de entrega são tão bons que a maioria dos japoneses que viaja, usa estas empresas para que entreguem as malas em casa (ou no aeroporto). Ou seja, quando você está indo viajar agenda para que retirem suas malas em casa e mandem para o aeroporto. Ou quando chega de viagem, manda sua mala direto para casa. E aí, não precisa carregar nada no trem ou no ônibus. Claro, tudo com a garantia de que elas chegam no horário pré-determinado. Muita gente vai jogar golf ou até viajar dentro do Japão mesmo, e faz a mesma coisa com os tacos ou com a malinha, para não ter que se preocupar com nada no trajeto de ida e vinda.
Há uns finais de semana fomos viajar e esquecemos coisas no hotel. Eles nos mandaram, e eu paguei o frete aqui quando o pacote chegou, no dia seguinte.
Com um serviço assim, obviamente todas as empresas usufruem do sistema, e quem mais sai ganhando é o consumidor (no meu ponto de vista). Você pode basicamente ir a qualquer loja, supermercado, em qualquer lugar do Japão, comprar coisas (desde cacarecos até frutos do mar, congelados...) e mandar entregar em casa usando este sistema.
Tiro meu chapéu e continuo me surpreendendo todas às vezes que recebo algo. Só não faço todas as minhas compras online porque meu japonês ainda não permite, mas este é o maior dos incentivos para estudar mais. J
Saturday, September 7, 2013
Apresentação de taiko III
Esta foi minha apresentação de taiko de hoje, 7 de setembro. A terceira desde que eu comecei a fazer as aulas. A primeira, dia 9 de setembro de 2012, está neste link: apresentação I. A segunda eu nunca subi, acho que eu devo ter errado muito e achei melhor não publicar. hahaha
Labels:
Japan,
japanese drum,
Japão,
taiko,
tambor japonês,
Tokyo
Monday, September 2, 2013
Partos no Japão
Com esta história do "parto real" inglês e por estar aqui, resolvi escrever um pouco sobre isso.
Como era de se esperar, aqui no Japão muita coisa é diferente.
Primeiro, durante o pré-natal você recebe um livro que parece um gibi. É o livro da "mãe e do bebê". É aí que todas as informações sobre a mãe, o pai e a gravidez vão estar registradas. Em todas as consultas pre-natais você tem que leva-lo e ele vai acompanhar o seu bebê até que tenha uns seis anos.
Você escolhe onde quer dar a luz e tem que fazer uma reserva com bastante antecedência (antes da semana 20), apesar de realmente não se saber a data exata do parto.
Quem paga Imposto de Renda aqui no Japão e conta com o seguro de saúde nacional japonês (o equivalente ao SUS), recebe do governo um reembolso que cobre grande parte dos gastos com o parto. As consultas pre-natais também são subsidiadas pelo governo.
Para o parto, há diversas opções que alteram o custo final, como ficar em quarto quádruplo ou individual. Você faz a escolha já sabendo o valor que receberá de reembolso.
Vivemos numa das regiões mais caras de Tóquio, bem centralizada e cheia de expatriados, o que encarece tudo o que está em volta. Um parto nos hospitais próximos, recomendados pelo médico, custa pelo menos uns US$13.000, e você fica no hospital geralmente 6 dias (no caso de parto normal; um pouco mais caso seja uma cesárea). Nestes dias a mulher aprende, com a ajuda de parteiras e enfermeiras, a cuidar do bebê, a amamentar, dar banho, etc.
Para dar uma idéia, na área onde moramos (tudo varia de lugar para lugar) o reembolso é de cerca de US$4.200. Isso se aplica para qualquer mulher que esteja grávida de pelo menos 85 dias (4 meses), mesmo que ela sofra um aborto espontâneo depois disso ou tenha um parto de natimorto.
Também tem outro tipo de suporte disponível durante a gravidez e os primeiros 60 dias pós parto. Ajudantes podem visitar a sua casa para cuidar da limpeza, cozinhar, cuidar dos trabalhos rotineiros. E o custo disso, mesmo na nossa área, é a metade do que cobra uma faxineira normalmente.
O índice de cesáreas no Japão é de cerca de 17%. Em algum momento, a Organização Mundial da Saúde chegou a mencionar que o índice aceitável de cesáreas de um país deveria ser de 15%. O Brasil hoje tem uma das taxas mais altas de cesáreas no mundo. Este mapa abaixo dá uma idéia da triste realidade:
Os hospitais japoneses não oferecem anestesia epidural (peridural) para partos normais.
Infelizmente eu não consigo ler jornais japoneses, mas duvido muito que eles publiquem qualquer informação sobre a Kate ter feito um parto normal e sem anestesia. Ou será que quando lêem algo assim pensem que a maioria das mulheres japonesas merecessem ser capa de jornal cada vez que dão à luz?
Como era de se esperar, aqui no Japão muita coisa é diferente.
Primeiro, durante o pré-natal você recebe um livro que parece um gibi. É o livro da "mãe e do bebê". É aí que todas as informações sobre a mãe, o pai e a gravidez vão estar registradas. Em todas as consultas pre-natais você tem que leva-lo e ele vai acompanhar o seu bebê até que tenha uns seis anos.
Você escolhe onde quer dar a luz e tem que fazer uma reserva com bastante antecedência (antes da semana 20), apesar de realmente não se saber a data exata do parto.
Quem paga Imposto de Renda aqui no Japão e conta com o seguro de saúde nacional japonês (o equivalente ao SUS), recebe do governo um reembolso que cobre grande parte dos gastos com o parto. As consultas pre-natais também são subsidiadas pelo governo.
Para o parto, há diversas opções que alteram o custo final, como ficar em quarto quádruplo ou individual. Você faz a escolha já sabendo o valor que receberá de reembolso.
Vivemos numa das regiões mais caras de Tóquio, bem centralizada e cheia de expatriados, o que encarece tudo o que está em volta. Um parto nos hospitais próximos, recomendados pelo médico, custa pelo menos uns US$13.000, e você fica no hospital geralmente 6 dias (no caso de parto normal; um pouco mais caso seja uma cesárea). Nestes dias a mulher aprende, com a ajuda de parteiras e enfermeiras, a cuidar do bebê, a amamentar, dar banho, etc.
Para dar uma idéia, na área onde moramos (tudo varia de lugar para lugar) o reembolso é de cerca de US$4.200. Isso se aplica para qualquer mulher que esteja grávida de pelo menos 85 dias (4 meses), mesmo que ela sofra um aborto espontâneo depois disso ou tenha um parto de natimorto.
Também tem outro tipo de suporte disponível durante a gravidez e os primeiros 60 dias pós parto. Ajudantes podem visitar a sua casa para cuidar da limpeza, cozinhar, cuidar dos trabalhos rotineiros. E o custo disso, mesmo na nossa área, é a metade do que cobra uma faxineira normalmente.
O índice de cesáreas no Japão é de cerca de 17%. Em algum momento, a Organização Mundial da Saúde chegou a mencionar que o índice aceitável de cesáreas de um país deveria ser de 15%. O Brasil hoje tem uma das taxas mais altas de cesáreas no mundo. Este mapa abaixo dá uma idéia da triste realidade:
Os hospitais japoneses não oferecem anestesia epidural (peridural) para partos normais.
Infelizmente eu não consigo ler jornais japoneses, mas duvido muito que eles publiquem qualquer informação sobre a Kate ter feito um parto normal e sem anestesia. Ou será que quando lêem algo assim pensem que a maioria das mulheres japonesas merecessem ser capa de jornal cada vez que dão à luz?
Labels:
anestedia,
bebe,
epidural,
Japão,
japonês,
Kate Middleton,
parteira,
parto,
peridural,
seguro saúde
Tuesday, August 13, 2013
Aslfato novo no Japão
É, para nós brasileiros (e de muitas outras nacionalidades) que estamos acostumados às obras nas ruas que duram alguns meses ou até anos, ver como tudo funciona no Japão é muito impressionante!
Aqui em casa já tivemos algumas obras, trocas de tubulação de gás, de água, etc. E NUNCA ficamos um dia se quer com a rua aberta durante a noite. Todos os dias, os funcionários chegam às 9 da manhã e abrem um pedaço da rua. Trabalham até as 5 da tarde, e quando o dia termina, o asfalto está como se nada tivesse acontecido. Até as faixas estão pintadas, mesmo que temporariamente. No dia seguinte, abrem uma sessão na sequência do dia anterior, e esta parte será fechada antes de escurecer.
Não preciso nem falar que a obra na rua toda (de uns 100 metros) foi toda feita em menos de duas semanas.
No final, refazem todo o asfalto. E este trabalho só levou menos de dois (2!!!!!) dias, claro! Estas fotos são só do dia do asfalto final. Na primeira foto, vejam o carro amarelo na garagem, coberto com um plástico para protege-lo. Não, não foi o proprietário do carro que colocou...
Os cones separam a área para os pedestres, e em toda a rua alguns guardinhas te ajudam a fazer o percurso, garantindo a segurança. Ai se eles vissem nossas obras e o que nós chamamos de segurança... coitados! Acho que eles levariam cada um de nós pelas mãos, para garantir que a gente chegue do outro lado...
Eu fiz um vídeo deste dia do asfalto: dura uns 5' e mostra o processo que parece ser bem simples para uma leiga como eu. Me impressionou o trabalho em equipe, e como o processo flui sem parar. O resultado não poderia ser diferente: um asfalto novo e impecável em poucas horas.
Obviamente, os funcionários não estavam entendendo porque eu estava interessada em algo tão banal. E eu não quis contar pra eles quanto tempo dura pra refazermos uma rua como esta no Brasil...
Tuesday, July 23, 2013
Suicídios no Japão: 30,000 por ano.
Mais de 30,000 pessoas por ano se suicidam no Japão todos os anos. E o número só cresce, ano a ano. Mais de 80% dos suicidas são homens.
Infelizmente este documentário é só em inglês, mas é um ótimo estudo sobre os suicídios no Japão.
Muitas coisas curiosas, desde um manual de 200 páginas que "ensina" a cometer suicídio (e que já vendeu milhões de cópias e já teve mais de 20 edições) até a instalação de luzes azuis em estações de trem para diminuir a incidência de suicídios (com bons resultados!).
Se o vídeo não abrir aqui embaixo, segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=oo0SHLxc2d0&feature=player_embedded
Infelizmente este documentário é só em inglês, mas é um ótimo estudo sobre os suicídios no Japão.
Muitas coisas curiosas, desde um manual de 200 páginas que "ensina" a cometer suicídio (e que já vendeu milhões de cópias e já teve mais de 20 edições) até a instalação de luzes azuis em estações de trem para diminuir a incidência de suicídios (com bons resultados!).
Se o vídeo não abrir aqui embaixo, segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=oo0SHLxc2d0&feature=player_embedded
Labels:
documentário,
documentary,
Japan,
Japão,
suicide,
suicídio
Subscribe to:
Posts (Atom)