No final de semana passado fomos convidados pelo governador de uma província no norte de Tóquio para ir a um Festival de Rock. Confesso que eu não estava super animada, estávamos em uma visita oficial à cidade, e eu não tinha nem uma roupa confortável para enfrentar o calor de 40C, nem protetor, nem chapéu, nada.
Sem ter outra opção, fomos. E claro, valeu a pena! Não tanto pelas milhares de bandas, já que eram todas japonesas e eu não conhecia nenhuma. Valeu mesmo por ver a organização de um evento destes num país como o Japão.
São 3 dias de festival. 80.000 ingressos foram vendidos para cada dia. No dia em que foram à venda, acabaram em 10 minutos, todos!!!! Um ingresso para cada dia custava R$ 300,00 (crianças até 7 anos não pagam). Vale ressaltar que este valor aqui no Japão é bastante razoável. Basicamente vai quem quiser (e conseguir comprar ingresso, claro).
A filosofia do festival é de "paz, amor e liberdade". E o clima é muito diferente de qualquer evento que eu já tenha ido.
O festival acontece em um parque, que continua aberto ao público. Somente algumas áreas são de uso exclusivos dos que vão para o festival. Tem bastante crianças e até bebês. As pessoas podem conseguir uma licença para colocar uma barraca por uma noite (o festival dura duas).
Você passa pelas barracas, e todas estão abertas, com muita coisa dentro e ninguém tomando conta, porque obviamente não corre o risco de nada ser roubado.
Esta é a vista da arena principal, de cima de uma roda-gigante que tinha no parque. A foto da direita foi tirada da arena mesmo.
Os responsáveis pelo parque contaram que no final do festival as pessoas levam todo o lixo e deixam tudo limpo. Que era uma preocupação deles no primeiro festival, mas que agora já nem se preocupam porque nunca sobra nada para trás. E enquanto estávamos lá eu não vi nenhuma latinha, nenhum copo, nada de lixo fora do lixo.
Têm áreas para as pessoas ficarem em pé, áreas para barracas e áreas para "toalhas de pic-nic". E as pessoas também, deixam tudo só marcando o lugar e vão passear.
Durante as quatro horas que ficamos lá, eu não vi nenhuma briga, nenhuma confusão, ninguém sequer esbarrou em mim. Chamamos muita atenção porque não estávamos "vestidos a caráter".
Obviamente, as principais diferenças se devem ao fato de ser um eventos com milhares de japoneses, e no Japão. É um evento sem drogas, já que elas são ilegais (de verdade) no Japão. Só vendem cerveja. As pessoas estão lá pelo evento em si, e nada mais.
Os organizadores também falaram que há alguns anos tiveram um problema com o abastecimento de água no parque durante o festival e comentaram com os participantes, pedindo a colaboração de todo mundo. Disseram que apesar do calor de quase 40C de agosto, não tiveram nenhum problema, até sobrou água no final, que as pessoas estavam economizando em tudo que podiam, evitando todo o desperdício possível.
A área de fumantes é demarcada, claro. E em uma delas havia um cadeirante! Quem me dera se todos os nosso eventos no Brasil fossem assim, né?
E os detalhes japoneses: os banheiros químicos especiais para homens, só com uma cortininha.
E os japoneses fazendo fila para tirar uma foto em frente à escultura que dizia ROCK.
Ah, o que mais me chamou a atenção: a quantidade de pessoas envolvidas na organização de um evento deste tamanho? Cerca de 700 em quase 3 turnos diários. Destes, quantos policiais? Cerca de 30 (!!!!). Afinal, o que eles iriam fazer lá, se não assistir aos shows? Acho que até em jogo do Marília Futebol Clube deve ter mais policiais que isso...
Um dia a gente chega lá, Brasil. E aí sim qualquer evento vai ser realmente inclusivo, independente de idade, sexo, condição física e social.
(Aproveito para deixar um recado de que do dia 10 ao 24 de agosto estarei organizando um evento do CISV com 52 crianças em Ishinomaki uma das áreas destruídas pelo tsunami do ano passado. Nos vemos no final do mês.)
Têm áreas para as pessoas ficarem em pé, áreas para barracas e áreas para "toalhas de pic-nic". E as pessoas também, deixam tudo só marcando o lugar e vão passear.
Durante as quatro horas que ficamos lá, eu não vi nenhuma briga, nenhuma confusão, ninguém sequer esbarrou em mim. Chamamos muita atenção porque não estávamos "vestidos a caráter".
Obviamente, as principais diferenças se devem ao fato de ser um eventos com milhares de japoneses, e no Japão. É um evento sem drogas, já que elas são ilegais (de verdade) no Japão. Só vendem cerveja. As pessoas estão lá pelo evento em si, e nada mais.
Os organizadores também falaram que há alguns anos tiveram um problema com o abastecimento de água no parque durante o festival e comentaram com os participantes, pedindo a colaboração de todo mundo. Disseram que apesar do calor de quase 40C de agosto, não tiveram nenhum problema, até sobrou água no final, que as pessoas estavam economizando em tudo que podiam, evitando todo o desperdício possível.
A área de fumantes é demarcada, claro. E em uma delas havia um cadeirante! Quem me dera se todos os nosso eventos no Brasil fossem assim, né?
E os detalhes japoneses: os banheiros químicos especiais para homens, só com uma cortininha.
E os japoneses fazendo fila para tirar uma foto em frente à escultura que dizia ROCK.
Ah, o que mais me chamou a atenção: a quantidade de pessoas envolvidas na organização de um evento deste tamanho? Cerca de 700 em quase 3 turnos diários. Destes, quantos policiais? Cerca de 30 (!!!!). Afinal, o que eles iriam fazer lá, se não assistir aos shows? Acho que até em jogo do Marília Futebol Clube deve ter mais policiais que isso...
Um dia a gente chega lá, Brasil. E aí sim qualquer evento vai ser realmente inclusivo, independente de idade, sexo, condição física e social.
(Aproveito para deixar um recado de que do dia 10 ao 24 de agosto estarei organizando um evento do CISV com 52 crianças em Ishinomaki uma das áreas destruídas pelo tsunami do ano passado. Nos vemos no final do mês.)